Camarão à Parmeggiana da Cantina Zabot: não sabe brincar, não desce pro play

Quando eu cursei Administração, era um aficionado por entender as lideranças. Aquelas pessoas iluminadas que quando chegam num ambiente são respeitadas, ouvidas, entendidas e com uma enorme capacidade de engajar os seus. Mas ao passo que eu tentava entendê-las nos livros no melhor estilo Quem mexeu no meu queijo? mais me afastava das respostas que eu me fazia. Estas pessoas estão na padaria da esquina, num escritório num quarto andar do Fantastic Office Mega Power ou em qualquer lugar que não tem um Virando a Própria Mesa na estante, me perdoe o Ricardo.

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De uns tempos pra cá comecei a observar o Amauri Zabot, que toca o restaurante que carrega o seu sobrenome, já referência na gastronomia da região. E se eu tenho um ritual de religiosamente chegar ao seu restaurante uma vez por semana, pedir o meu executivo milanesa, uma água com gás com gelo e começar saboreando a refeição pela salada que já é um grande diferencial dos demais, o Amauri também tem o seu. Diariamente ele chega na Cantina Zabot, entra pela porta de vidro, faz o sinal da cruz, cruza o salão e vai até a cozinha até largar um sonoro “bom dia, pessoal!” e depois, de mesa em mesa, cumprimenta aqueles que pagam a sua folha de pagamento, desejando as boas vindas e perguntando se está tudo bem, não importa se você está lá pela primeira vez ou já é um velho conhecido. Feito isso, ele pode ir resolver algum problema ou mesmo tomar a posição de hostess onde na icônica porta de vidro continua a receber quem chega. Não importa se faz chuva, fazSol, é dia útil ou dia santo, ele está lá. E a cordialide junto.

E não é só isso, Zabot é um líder. Ele entende que bronca se dá escondido e elogio se faz em público. Trata bem e com carinho seus funcionários, é correspondido e admirado. Por isso a cozinha sempre funciona, o atendimento é rápido e a comida está sempre ótima. Não me recordo de um dia sequer que eu tivesse comido mal lá dentro.

E foi assim que aconteceu no domingo quando com minha mãe estive pra degustar um camarão, seu carro-chefe que bota inveja na concorrência. Eu já estava na casa quando ele chegou e cumpriu seu ritual enquanto eu cumpria o meu, começando pela salada como mencionei uns dois parágrafos atrás. Ele se benzeu, cumprimentou a casa lotada e já com fila de espera, e se preparou pra mais um dia de trabalho, servindo e liderando um time que joga redondo e dificilmente perde.

Mas vamos falar de comida? Já puxei o saco demais dele.

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Já havia falado aqui sobre meu milanesa favorito, agora falo sobre o camarão. E a primeira dica pra se comer um camarão no Zabot é: vá com fome ou com mais gente. Mesmo as menores porções servem muito bem de 3 a 4 pessoas. A maioria dos pratos vêm nos tamanhos 500, 700 e 1200g. Os 500g de Camarão à Parmeggiana que custam R$110 e, aparentemente, o número assusta, serviram nós dois, sobraram pra janta e tenho a impressão que se congelarmos as sobras almoçaremos até dezembro. É muita comida, mesmo.

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Isso porque além desse camarão ainda vêm os acompanhamentos tradicionais: salada mista, maionese, farofa, fritas, arroz e feijão. Todos os pratos são bem frescos, saborosos e exageradamente bem servidos. No Zabot é assim: não sabe brincar, não desce pro Play.

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Faltou falar o quê? Do camarão? Já disse que é o melhor, não disse? Vamos descrevê-lo: crocante, mesmo na versão parmeggiana e com molho vermelho e queijo, o que em tese murcha o milanesa. Lá não. Vem crocante, saboroso e bem apresentado. Se puxar uma colherada e não rolar o efeito chicletinho no queijo derretido, não tá certo. Pode cobrar.

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O cardápio do Zabot é grande e não dá pra “experimentar um pouquinho de cada coisa”, tática velha de guerra de blogueiro de comida. Mesmo o prato menor, como falei, é um exagero de comida. Faz jus ao lema da casa “Quantidade com qualidade”. Mas você pode ir lá, experimentar o Parmeggiana e depois explorar as mais diversas delícias do cardápio. Vai por mim. E se algo vier errado, não tem erro: O Amauri vai passar na tua mesa e resolver.

Cantina Zabot

  • Av. Leoberto Leal, 157. Barreiros, São José/SC
  • (48) 3240-0436
  • Aceita cartões
  • Estacionamento

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