Bernino: batata da Suíça para os “Alpes” palhocenses

Fiquei bastante impressionado ao chegar no Bernino. Primeiro porque o lugar em que está instalado é muito bonito e tem um conceito bacana. O Passeio Pedra Branca é um shopping a céu aberto com um mix de variedade comercial grande, onde você pode aliar um passeio com a família, gastronomia, compras e cultura, já que o lugar tem apresentações artísticas semanais. Todas as lojas ali contidas têm um conceito arquitetônico e funcional que se encaixam com o todo, não estão ali à esmo, como um shopping comum. Empreendimentos comerciais já estabelecidos e renomados na cidade estão ali pra comprar esse alto grau de qualidade que o Passeio propõe, como o Primavera Garden, o Supermercado Hippo entre outros.

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O Bernino também segue esse grau de conceito, tem uma arquitetura inspirada na Europa e traz até na logomarca as vertentes da sua razão de existir: os montes que representam a Bolívia, de onde origina seu principal ingrediente; a Suíça, berço da rõsti; e a Pedra Branca, onde está situado. O lugar é muito aconchegante, come-se com os olhos desde a decoração e tem um atendimento muito, mas muito gentil e simpático.

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O único “porém” do lugar é que parece ter nascido de 7 meses. Prematuro em todos os quesitos, como cardápio que ainda não estava pronto e chegou modificado aos 45 do segundo tempo na hora de escolher a sobremesa, ou o fato de não termos todos os ítens do menu disponíveis para pedido. Falta ainda um entrosamento entre os garçons e a cozinha, pedidos vêm errados (a batata rõsti de camarão se transformou num risotto de camarão e bechamel), a cerveja especial Coruja Extra Viva que têm uma temperatura de serviço não foi servida com um balde de gelo para manter-se saborosa, e mesmo depois de pedir  ao garçom acabou demorando pra chegar, ficou no balcão contemplando a belíssima arquitetura do restaurante por alguns minutos. Pratos vinham à mesa sem necessidade e alguns erros pontuais de serviço como este.

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De qualquer forma há uma grande diferença entre o erro e a persistência no erro. Tenho visto muitos restaurantes errarem do primeiro ao quinto, inclusive uns ali na própria Pedra Branca que já citei aqui, e mesmo após uma reclamação do cliente agirem como se fossem pombos jogando xadrez (joga errado, caga no tabuleiro e sai de peito estufado derrubando as peças achando que tá com razão). Se o Bernino ainda tem erros a serem consertados, e eu imagino que serão num curto espaço de tempo, há um elemento muito nítido e, de certa forma, recompensador: o esforço dos envolvidos. Cada membro da equipe reconhece o ponto negativo e se esforça para resolvê-lo de forma muito gentil, educada, altiva, elegante… Não há grosserias, assim como não parecem que estão fazendo por obrigação naquele linguajar irritante (Sim Sr., Não Sr., Talvez Sr., Vamos estar providenciando Sr.  ..), são queridos por natureza.

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Se o atendimento ainda é prematuro, a cozinha nasceu de 9 meses, parto normal e passa muito bem. Apesar de não ter o cardápio todo disponível ainda, e estarmos limitados a pedir Batata Rõsti e Risottos, gostei muito do que comi.

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Eu pedi a batata, claro, queria ir direto no cerne do restaurante. Veio conforme manda o figurino. Frita na medida, sem sobrar gordura, mesmo tendo o recheio um tanto quanto gorduroso (pedi a de Bacon com Requeijão). Crocante enquanto possa ser, gostosa do início ao fim. Veio rápida a comida, não demorou mais que 15 minutos para chegarem nossos pedidos.

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Experimentei também o risotto e fiquei bastante impressionado. Ingredientes muito bem escolhidos, não colocam qualquer coisa que fique escondida sobre o monte de arroz, pelo contrário. Tanto o de cogumelos quanto o de camarão vinham com bastantes ingredientes. O arroz estava no ponto, outra coisa que também é difícil acertar nos restaurantes que servem a iguaria. Não estava duro, mas também não estava molenga. Estava no ponto ideal de um bom risotto, al dent. Saboroso, é claro.

Encerramos a refeição com uma sobremesa pra lá de interessante: Doce mais Doce. Já diria a nossa poeta dos baixinhos: “Qual é o doce mais doce que o doce de batata doce?”

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É claro que é o doce de batata doce. Sem dúvida. Bolinhas de purê de batata doce camarelizadas no açúcar. Muito doce. Para paladares como o meu, sedentos por açúcar, que não permitem que uma sobremesa seja tudo que não doce.

O preço achei honesto. Parece de primeiro momento um pouco salgado, mas leva-se em conta todo o contexto do restaurante. O conceito Passeio Pedra Branca não é barato, vejo o lado do comerciante neste caso. Sustentabilidade ainda custa caro. A batata custou R$19, a cerveja cerca de R$25 e o risotto R$30. Um ponto interessante é que o restaurante não cobra 10% de serviço. Há uma pequena maquininha no balcão onde você dá a “caixinha” do pessoal, caso queira.

No fim das contas foi uma experiência muito interessante, e certamente voltarei lá pra ver o atendimento funcionando perfeitamente um dia.

Bernino Batata Gourmet

  • Passeio Pedra Branca. Cidade Sustentável Pedra Branca, Palhoça/SC.
  • Horário: de segunda à domingo, das 11h às 23h.
  • Aceita cartões: sim
  • Wifi: sim
  • Estacionamento: sim

10 thoughts on “Bernino: batata da Suíça para os “Alpes” palhocenses

  1. Com certeza irei fazer uma visita, mas quem sabe mais para frente, para eles se ajeitarem mais, rs.
    Talvez eu seja muito gulosa, mas pelas fotos parece que vem pouco risoto, e a batata também achei pequena.
    Não continuaram com fome? ou foi só uma impressão que tive da foto?!

    1. Olha, Carol, eu realmente saí com fome. Mas como sou ogro assumido, eu sempre acho que o problema é comigo. Mas é pequeno o prato, sim. Eu na verdade pedi um grande mas me trouxeram dois pequenos, porque ainda não estão confeccionando o grande. Aí, claro, trouxeram pelo preço do grande. E a sobremesa que eu pedi era reforçada no açúcar, então não senti taaaanta fome. Mas é de longe uma comida pra se empanturrar.

  2. Bacana Becher que tenhas gostado do Bernino. Conheço o Christian Pozzobon (trabalhou conosco aqui na Pedra Branca) e presenciei o empenho e carinho que ele colocou na implantação do projeto do restaurante.
    Vou passar o link do post pra ele, tenho que certeza que as críticas construtivas serão muito valiosas.

    Forte abraço Mr.

  3. Olá, realmente os pratos parecem muito pequenos. A Batata rosti que comi no Bistro Varanda é praticamente o prato todo, e com muitooooooooooo recheio.
    Parabéns pelo blog!

  4. Fui com minha esposa ao Bernino em dezembro, pedimos a batata rosti, pois não a conheciamos ainda. Veio meio crua, a Coruja achei boa e com preço interessante, no final perguntaram o que achamos do prato e falamos que achamos meio crua, falaram que ela era vinha pré cozida e era assim mesmo…
    Minha opinião volto pela Coruja, mas nao pelos pratos.

    Abraços

  5. Bem atendido, ambiente legal… comi uma sequência de nhoques, massa leve, molhos bem gostosos, mas nada que se vá se comer de joelhos. A conta saiu bem salgada, na minha opinião. Se a comida fosse mais encantadora, por assim dizer, valeria o preço.

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