Jamie’s Italian: really, really tasty

Confesso que relutei um pouco quando minha filha insistiu para almoçarmos no Jamie’s Italian, na nossa rápida estada em Londres, em final de janeiro. E olha que eu admiro o chef inglês, para quem tudo é, nas palavras dele mesmo, really, really saboroso ou fácil, e gosto da praticidade das suas receitas, embora às vezes toda aquela energia dele me deixe meio atordoada. Achei que seria um programa gastronômico pouco original, e além disso, comida italiana em Londres … será que rola? Mas a principal razão da nossa escolha era a possibilidade de encontrar o chef italiano Gennaro Contaldo, mentor do Jamie e seu sócio nessa rede de 39 casas (em breve uma unidade no Brasil, em São Paulo), das quais três em Londres.

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Ouvimos dizer que, quando em Londres, Gennaro, que é quem treina os chefs dessas casas e elabora com Jamie os cardápios , costuma estar na unidade de Convent Garden. Reservamos lá, duas semanas antes da data, na expectativa de … quem sabe?

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À primeira vista, a casa parece um armazém, com decoração meio rústica e sem excessos, porém tudo é estrategicamente pensado para a gente se sentir bem confortável e à vontade. A hostess, a garçonete, o garçon, todos muito informais, simpáticos e competentes. Eram 12h e havia somente mais duas mesas ocupadas, além da nossa. Em questão de 20 minutos, todas as mesas lotaram! Alguns poucos turistas, como nós. A maior parte dos clientes era gente que trabalha na redondeza, almoço de negócios, casais, poucas famílias.

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No menu está explícito: cada mesa pode ser ocupada por até 1h30m. Depois o cliente é convidado a encerrar sua experiência, pois o próximo turno já está vendido. Achei absolutamente civilizado, apesar de, muitas vezes, eu me exceder nesse tempo, especialmente quando o vinho é bom como a comida.

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Nossas escolhas recaíram sobre o que seriam pratos típicos de um programa de TV do Jamie. Luiza pediu fettucine com salmão e mascarpone, e eu um linguine com camarões salteados com alho, erva doce, tomate, chilli. Ambos corretos, deliciosos e frescos! Compartilhamos a sobremesa do dia, que não estava no cardápio mas no quadro negro escrito à mão. Uma pavlova com mascarpone, geleia de blackcurrent, chocolate e hortelã. Mais bonita do que gostosa, mas sim, estava boa.

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Nossa conta somou £43,35, que completamos, com a merecida gorjeta, para £50. Na nossa miserável moeda, a soma deu em torno de R$ 225 por um almoço frugal, com água, refri e um cremoso, maravilhoso – ouso dizer o melhor da viagem – espresso ristretto para cada uma. Caro para dois pratos de pasta, mas é como dizem: quem converte não se diverte.

Se valeu a pena? Valeu muito. Não encontramos o Gennaro, hehe, porém almoçamos bem e, principalmente, realizamos a vontade de provar uma daquelas receitas que nos fazem babar na frente da TV e do notebook. E a verdade seja dita: estava muito bem feito, irretocável para a proposta. Quase tão bom como se fosse na Itália, mas eu tenho uma predileção franca pelo país da bota, por isso não considere esse último comentário.

A título de curiosidade: os guardanapos da casa são brancos com azul, onde está escrito o nome do restaurante. Uma graça! Li uma entrevista do Jamie dizendo que são roubados, em média, 30.000 deles por mês, somando todas as casas. It is really, really unbelievable, como ele deve ter dito. Para não aumentar essa estatística, comprei lá um set “honestidade” com quatro peças, pelo preço módico de £12, ou cerca de R$ 13,50 cada.

Jamie’s Italian, Covent Garden

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