OK, eu que inventei isso de las yerbas del diablo. Mas eu queria dar um tom dramático ao título do post e não achei definição melhor pra este conjunto de ervas muito utilizado na Argentina e no Uruguai tanto para temperar carnes ou pra servir como um molho de acompanhamento para churracos – ou parrillas, como se diz do assado nas bandas de allá.
Existem muitas histórias envolvendo o nome e a criação do chimichirry. A mais forte delas é que no século XIX um comerciante inglês chamado Jimmy Curry esteve na pequena cidade de Cañuelas, província de Buenos Aires, na Argentina, querendo importar carne para a Inglaterra. Enquanto negociavam, convidaram Jimmy para uma tradicional parrilla. Lá chegando, ele ficou encantado com o modo de preparo e o cheiro que a carne exalava, mas ao perguntar o tempero se espantou com a resposta: usavam apenas sal. Como forma de agradecimento e gentileza, no melhor estilo saxão, Don Curry então pediu alguns legumes, condimentos e especiarias para preparar-lhes um novo tempero. Nasceu, desta experiência, o chimichurri (jimmychurry).
Lenda ou não, o chimichurri sempre cai bem com qualquer carne. Os uruguaios temperam as carnes “doces” ou exóticas (como a carne de ovelha, porco etc.), os argentinos gostam de usá-lo no bife ancho (noix, entrecôte, prime rib, filé de costela, watheva!) ou nas chuletas, ou ainda regado com azeite e vinagre para molho que acompanha praticamente qualquer carne bovina.
Na receita há também outra polêmica, pois com o passar do tempo ela foi se modificando. Esses dias encontrei num supermercado um envelope de uma marca famosa mantendo um pouco da base e acrescentando especiarias como cravo da índia, algo que não existe originalmente, por exemplo. Mas acredita-se que a receita original seja essa:
- 10 g de alho e cebola desidratados
- 10 g de salsinha desidratada
- 10 g de pimentão desidratado
- 10 g de orégano desidratado
- 10 g de louro
- 10 g de cebolinha desidratada
- 10 g de pimenta calabresa desidratada
- Sal e pimenta do reino a gosto
O liquidificador pode ajudar a picar, mas na ponta da faca fica melhor. Dessa mistura se origina a base, que serve como tempero. Pra que ela vire molho, utilize 300ml de vinagre e vá acrescentando aos poucos 600ml de azeite de oliva extra-virgem.
Dos “industrializados”, ganhei uma vez um pacote de 500g – o que rende MUITO – da marca Del Rey, adquirido num armazém de beira-de-estrada de Arapey, departamento de Salto, no Uruguai. Também encontrei à granel em lojas de produtos naturais.
Deliciem-se 🙂
Créditos da imagem: Flickr ScaredKat. Fonte da receita: AquiArgentina.
hoje a noite será feita… e com uma carnezinha pra acompanhar.
Valeu a dca parceiro.
Sou viciada nessas ervas do demonho.
Destaco no mercado brasileño o chimichurri da MacTost. Honesto em sabor, sem muita invenção de moda e honesto no preço.
Fiquei com vontade d’um choripan agora.
#comofas
http://pqp.vc/302a
Chimichurri é vida!
Uma pena aqui não ser tão conhecido…
Aqui em Buenos Aires eles colocam chimichurry em todas as carnes… desde o chorizo (linguiça) até nos chinchulines ( intestino de ovelha). A parrillada deles já é tão exótica que não tive coragem de experimentar o molho. Todos gostam que se vende pronto no supermercado!
Oi Belisa,
você poderia exportar uns chimichurri desidratados pra cá né? 🙂
Buenas ,
Acabei de preparar o molho chimichurry , para acompanhar o churrasco / parilla de domingo, agora é aguardar e deixar curtir . Domingo a noite , novidades…hehehehehehe
Vlw as dicas