Uma das maiores demonstrações de afeto que alguém pode fazer por outra pessoa é cozinhar pra ela. Aqui no Sul quando queremos mostrar que alguém é bem vindo, além de prepararmos uma refeição pra quem nos chega dando Oh de casa!, cevamos um chimarrão — com jujos n’água, por supuesto — e colocamos uma ripa no braseiro.
Mas a correria do dia-a-dia nem sempre facilita. Num mundo moderno e prático, levar quem desencilha no galpão num restaurante funciona tal e qual. Mas um bom restaurante, onde se tenha um churrasqueiro bagual e uma comida de cinchar o bucho.
Na segunda-feira estive com o Joel, a Dani e o Rapha na Costelaria Ponta d’Agulha. Já havia ido lá umas duas vezes, sabia da qualidade da carne e do atendimento. O estacionamento tá sempre cheio, talvez isso espante quem passe pela SC 401. Mas vale, se tiver fila de espera, aguardar uns minutos pra saborear todas as iguarias que por lá são servidas. Não falta uma boa cerveja especial e uns aperitivos enquanto vaga uma mesa.
Gosto do atendimento da Costelaria. Não só os pedidos vêm rapidamente, você não precisa aguardar horas e horas por uma simples água, como todos os funcionários que trabalham ali são muito gentis. Dá gosto de ver equipes entrosadas e que estão com vontade de vestir a camisa do lugar como a deles.
Mas é na comida que a gente se esbalda.
O sistema é à lá carte. Você escolhe a carne que quer comer, pede um corte para o número de pessoas que irão degustá-las, eles preparam, pesam e servem na mesa. Nós pedimos a Costela Janela, que é a parte mais saborosa dessa carne, ela fica no centro da ponta de agulha, sem o pedaço fibroso e no lado oposto das ripas. Preparada com no mínimo 8 horas de fogo, chega quase desmanchando na boca e com um paladar inigualável. Coisas que só carnes com gordura e osso podem propiciar. É claro que se você não gostar de costela existem outros cortes como o bife ancho e a picanha, por exemplo. Mas eu recomendo fortemente experimentar a parte mais saborosa do boi.
Os acompanhamentos também são pedidos separadamente. Nesta visita nós pedimos a salada de batatas com maionese, uma das melhores que já provei até hoje, uma farofa e ao invés do arroz branco, o arroz de carreteiro. Aliás mesmo que você já esteja comendo carne, recomendo muito esse arroz de carreteiro. Bem suave, carnes desmanchando e ovo picado, salsinha e queijo por cima, como manda o figurino.
Para “regar” a carne, fica a sugestão do molho de chimichurri. Esse que eu chamo de um molho feito com las yerbas del diablo, acompanha bem qualquer corte bovino e atribui um gosto dos deuses na comida.
Outro detalhe que me chamou bastante atenção na Costelaria Ponta d’Agulha é a carta de cervejas. Além do tradicional vinho, é possível harmonizar as carnes com boas cervejas. Você pode, claro, tomar as mais comerciais, mas ter rótulos de cervejas especiais conta muitos pontos pra esse nicho que tem sido cada vez mais explorado Brasil afora.
O preço é honesto. O kg dessa costela, por exemplo, é por volta de 60 reais. Nós pedimos um pedaço pra 4 pessoas, beirando os 2kg, mais os acompanhamentos, cervejas e águas e pagamos em torno de R$55 por pessoa, pra comer bem e em boa quantidade.
Se está procurando uma boa carne, e se ainda quer mostrar para os forasteiros como se come carne de verdade, recomendo a visita!
Costelaria Ponta d’Agulha
- Endereço: SC 401, 7626 (km 8). Santo Antônio de Lisboa, Florianópolis.
- Telefone: (48) 3338-2850
- Horário: Quarta à sexta, das 11h30 às 15h e das 16h30 às 22h30. Aos sábados e domingos das 11h30 às 16h.
- Estacionamento: sim
- Aceita cartões: sim
Três coisas levarei guardadas do Costelaria Ponta D’agulha.
Primeiro, a comida, que apesar de ser uma comida com estigma de comida pesada, é de uma leveza que você não sai “passando mal”. Eu poderia almoçar e jantar a Costela Janela sem problemas. Nota dez!
O serviço é de um cuidado que é raro de se encontrar, todos ali fazem questão de que você tenha o melhor atendimento possível. Isto faz querer voltar a Florianópolis só para voltar lá.
E fiquei impressionado com a variedade e qualidade das cervejas. De importadas belgas até o maravilhoso achado chamado Bierland. Se você, como eu, não bebe vinho, na Ponta D’agulha você não fica só com a opção das cervejas de boteco.
Vida longa à Ponta D’agulha!
O que eu poderia acrescentar? Só reiterar o convite pra que retornes em breve pra mais outra costela 😉 Abraço, meu caro!
Só vim aqui para assinar este comentário, que endosso perfeitamente – e sou dos que curtem cerveja e não vinho, então mais um motivo para amar a Ponta D’Agulha!
Isso e para elogiar as qualidades foto-jornalísticas do Becher. Que foto sensacional abre este post, hein? Hehe, a melhor que vi este ano!
Outra coisa que preciso acrescentar é a qualidade dos acompanhamentos. Em muitos restaurantes, os acompanhamentos são de 2ª ou mesmo 3ª qualidade, já que “você não veio aqui para comer isso” e eles não são tão caprichados. Isso não ocorre na Ponta D’Agulha, eu poderia comer aquela maionese (levíssima como nunca vi!) e o risoto da casa até estufar. Se eles não tivessem costela, ainda valeria a pena a passada por lá!
Achei realmente excelente a atenção de toda a equipe do estabelecimento, cuidado desde a entrega dos primeiros acompanhamentos, ao garçom que vinha ajudar cortando a carne e nos servindo sempre que os pratos esvaziavam.
Melhor que a Costelaria naquele dia, só a companhia de todos vocês 😉
Infelizmente quando fomos eu e minha esposa, fomos muito mal atendidos. A mesa ao lado com 5 jovens mulheres teve um atendimento fora de série, mas a nossa mesinha ficou ofuscada.
Optamos por não pagar a taxa de serviço pois o atendimento não tinha sido bom, e quando isso acontece, prefiro me dirigir até o caixa e não pagar direto na mesa. No meu entendimento um atendimento de qualidade preza por pelo menos perguntar “tudo certo com o atendimento de vocês?” quando o cliente sinaliza que não vai pagar a taxa de serviço.
Não aconteceu!
Apesar de ter almoçado bem, o atendimento e a falta de interesse da pessoa do caixa causou tamanha irritação que não decidimos não dar uma terceira chance.